A transformação digital na logística 

Por Redação | 

Nos últimos anos, a logística apresentou — e ainda apresenta— uma séria de transformações estruturais. Evoluiu de um setor puramente operacional para um setor estratégico no mercado. Além das atribuições e atividades próprias, também fornece dados, inteligência e informações valiosas ao comércio e à indústria em geral. 

Com a crescente demanda, assume um papel proativo para atender as necessidades das empresas que, na busca em garantir competitividade, precisam de soluções cada vez mais complexas, customizadas e capazes de lidar com um enorme volume de dados. 

E graças a esse cenário de mudanças, expansões e renovações, a tecnologia começou a ganhar espaço. Quanto mais a logística se tornava um setor estratégico, a computação em nuvem, o Big Data, os softwares, as Torres de Controle, a Inteligência Artificial e outros recursos passaram a integrar e impactar toda a cadeia produtiva. 

Hoje, acompanhamos na prática muitas das novidades que surgiram junto com as novas revoluções na indústria, chamadas de Indústria 4.0, ou até mesmo a mais recente, Indústria 5.0. Mas afinal, o que isso significa na prática? 

 

Indústria 4.0 ou 5.0?   

O termo “Indústria 4.0” já é utilizado há pelo menos 15 anos, ao apontar para uma vertente tecnológica no mercado, onde eficiência e automação são colocadas nos holofotes das operações. 

As empresas começaram a enxergar a necessidade de digitalizar e automatizar seus processos, além de garantir maior controle e monitoramento das atividades. Passaram a investir em novos softwares de gerenciamento de gestão, transporte e armazenagem, assim como outros recursos de integração e otimização. 

No caso específico da logística, chama-se Logística 2.0 o período entre 1960 e 1970, quando o objetivo era dar novos passos na integração interna de processos. Logística 3.0, entre 1970 e 1980, quando o foco se expande para a valorização do cliente e para a busca por eficiência. Por fim, desde os anos 80, consideramos a Logística 4.0 a era do Supply Chain, com foco em tecnologia. 

E apesar do conceito “4.0” ser relativamente recente, quando consideramos os grandes avanços dos últimos vinte anos, a indústria como um todo já evoluiu em muitos aspectos e aponta para novos horizontes e desafios.  

A Indústria 5.0 marca um novo estágio, um complemento à sua antecessora. Se a Indústria 4.0 trouxe automação e eficiência, agora a meta é potencializar isso com o trabalho em conjunto entre humanos e robôs.  

O objetivo é integrar a precisão das automações com as habilidades críticas das pessoas e, assim, conseguir resultados ainda mais surpreendentes. A tecnologia gera, automatiza e fornece um grande volume de dados, enquanto as pessoas cumprem papel fundamental de analisar e encontrar o significado por trás deles. 

 

A importância da transformação digital na logística 

Quando todo um setor cresce e se desenvolve de forma acelerada— como é o caso da Logística nos últimos anos —, empresas que não acompanham esse crescimento rapidamente ficam para trás. Enfrentam um desafio ainda maior, afinal, como se destacar num mercado onde a tecnologia já não é um diferencial, mas requisito básico? 

As empresas que não passam pela transformação digital, normalmente apresentam muitas das principais dificuldades do setor, como por exemplo:  

 

  • Dificuldade em reduzir custos e riscos 
  • Atrasos e imprevistos na entrega de mercadorias; 
  • Avaria dos produtos no transporte; 
  • Problemas de rastreabilidade e de visibilidade em tempo real; 
  • Informações insuficientes e defasadas; 
  • Erros de cobrança ou cobranças indevidas; 
  • Falta de controle (relatórios) para medir desempenho; 
  • Erros e falhas na emissão de NF-e e CT-e, o que podem resultar em irregularidades fiscais e problemas de compliance. 

 

A lista poderia ser maior, pois as dificuldades vão muito além. Enquanto isso, a transformação digital chega para resolver esses problemas, eliminar retrabalhos e facilitar processos. 

Implementar soluções tecnológicas pode gerar inúmeras vantagens competitivas para sua empresa, como por exemplo: 

Com o investimento em softwares de gestão empresarial, de transporte e armazenagem, as informações são colhidas e disponibilizadas para facilitar as tomadas de decisão. 

É possível ter uma visão panorâmica de todos os processos, assim como o acesso aos dados específicos de cada atividade. Além de alinhar a operação comercial e operacional, aumentar a segurança, emitir documentos fiscais e padronizar processos. 

Um dos principais benefícios da transformação digital é a possibilidade de otimizar processos com os recursos e automações disponíveis.  

Funções manuais automatizadas permitem que os profissionais possam investir seu tempo em atividades de inteligência e estratégia do negócio.  

Com informação de qualidade, monitoramento e controle, é possível potencializar eficiência e segurança, além de simplificar e agilizar as atividades. 

Os relatórios e dashboards são essenciais para o gestor avaliar, tomar decisões e definir as próximas estratégias. 

Na prática, a redução de custos é uma das principais vantagens para as empresas e, consequentemente, para os clientes.  

Utilizar recursos que auxiliam na boa gestão é fundamental para a saúde financeira do negócio. 

Por fim e, provavelmente, mais importante. O principal benefício que qualquer empresa pode ter. 

No fim das contas, nada é mais valioso do que agregar valor e atender com excelência às necessidades específicas dos clientes.  

E, mais uma vez, a lista poderia ser muito maior ao mencionar ações efetivas de sustentabilidade, cálculos automáticos de fretes, segurança às informações e outras vantagens. Os benefícios crescem constantemente, com cada novo recurso, solução ou funcionalidade que chega ao mercado. 

 

Por onde sua empresa pode começar? 

A transformação digital na logística, de forma prática, é o aumento no investimento em ferramentas, sistemas e recursos tecnológicos que possibilitem integrar e otimizar operações. 

Cada empresa precisa analisar suas próprias necessidades e se planejar para um modelo que faça sentido com as suas necessidades específicas. Entretanto, de modo geral, alguns recursos podem servir para a maioria dos casos. Por isso, priorize investir em soluções que ofereçam: 

  • Armazenamento escalonável 
  • Inteligência Artificial e Machine Learning 
  • Big Data 
  • Softwares de Gestão 
  • Sistemas de integração 

Cada solução e ferramenta reforça o papel da tecnologia como uma tendência constante e um fator indispensável para a cadeia produtiva. 

E quando falamos da transformação digital na logística, devemos considerar que cada organização se adequa aos novos conceitos do mercado em um ritmo próprio.  

Algumas empresas são pioneiras em oferecer novas práticas e ferramentas, enquanto outras levam anos para entender, absorver e se colocar como agente ativo no mercado.  

Onde sua empresa está neste cenário? 

 

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ESG na prática

Considerada uma forma das empresas mostrarem sua responsabilidade e comprometimento com o mercado, investidores e sociedade, cada vez mais o ESG tem se tornado uma tendência no mundo corporativo. 

O termo tem sua origem em 2004, a partir de uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins (“Quem se importa, vence”, em tradução direta). No Brasil, também é utilizada a sigla ASG. 

Ação proposta pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Pacto Global é uma iniciativa voluntária para encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade sustentável, social e corporativa. Não é considerado um instrumento regulatório, mas sua atuação abrange mais de 150 países.

Mas, para além desta iniciativa voluntária, qual a importância das empresas se engajarem neste tema?

Por que falar sobre ESG?

Nos últimos 12 meses, o Brasil foi o país da América Latina que mais pesquisou sobre ESG no principal mecanismo de buscas na internet, segundo dados do Google Trends, que mostra os mais populares termos procurados pelos internautas. Dentre os assuntos relacionados ao termo “ESG”, “Gestão da Cadeia Logística” ocupa o primeiro lugar.

Essas três letras se tornaram um modo das empresas demonstrarem para a sociedade o quão responsáveis são em objetivos sociais e valores gerados, que ultrapassam a ideia única e exclusiva de lucro. Por este motivo, cada vez mais empresas, sócios e proprietários estão engajados no tema.

“Falar sobre ESG é fundamental. É entender como a empresa pode se tornar melhor para o mundo, não a melhor do mundo”, explica Felipe Jimenez, Gerente de SSMA na G2L. “E também como garantir que todas as partes envolvidas sejam reconhecidas, além de melhorias nos processos de qualidade”, completa. 

Apesar de ser um termo que se popularizou no mundo corporativo, dada a crescente preocupação do mercado financeiro e sociedade sobre temas como sustentabilidade, falar sobre ele é novidade para muitas empresas no Brasil. Em 2019, o tema e suas práticas ainda eram pouco discutidas no país, como mostra o estudo “A evolução do ESG no Brasil”, realizado pela Rede Brasil do Pacto Global e Stilingue.  

“ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial”, comenta Carlo Pereira, Diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, no estudo. 

A partir de 2020, o cenário é outro com um crescimento exponencial e volume seis vezes maior do que o ano anterior. No entanto, o tema mais discutido no período foi o mesmo de 2019: preocupações ambientais. Já em 2021, o estímulo a repensar e criar novas soluções para governança e social também se fez presente.

“Temos uma governança corporativa que garante processos e controles auditados e promovemos políticas que contribuem para equidade de gênero. Nossa relação com funcionários e parceiros é pautada por regras rígidas de segurança do trabalho, pois nossa maior preocupação é a vida e o meio ambiente”, comenta Marlos Tavares, CEO na G2L.

“Ao adotarem práticas afirmativas de diversidade e inclusão e de condições de trabalho justas e igualitárias as empresas possibilitam que mais pessoas tenham acesso a recursos financeiros e de desenvolvimento que farão diferença nas suas vidas e daqueles que estão no seu entorno”, complementa a Coordenadora de DHO e Seleção na G2L, Mônica Araújo

Mas de que forma as empresas conseguem adotar ESG, à medida que não há uma padronização de suas práticas no cenário corporativo? É o que veremos a seguir.

 

Como adotar práticas ESG em uma empresa?

A emergência das questões climáticas e a busca por modelos sustentáveis iniciou a adoção de práticas ESG pelas empresas nos últimos anos, como mencionamos acima. Cada vez mais, investidores e consumidores estão atentos às boas ações de Meio Ambiente, Social e Governança, além de serem um fator decisivo na realização de uma compra ou aplicação financeira.

“Se eu sei que uma empresa é poluidora, compraria algo dela? Hoje em dia, estamos construindo essa consciência na sociedade. E quem investe também sabe disso. Por este motivo, ter boas práticas de governança significa também reduzir riscos, inclusive financeiros”, argumenta Felipe. 

Mas colocar em prática as ações de ESG em uma empresa pode ser visto como algo difícil, ou que apenas grandes corporações conseguem realizar no seu dia a dia. Desta forma, separamos algumas dicas de como aplicá-lo e mensurar resultados.

  • Siga os 17 ODS: Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela ONU, representam os desafios e vulnerabilidades que precisam ser endereçados por todos até 2030 para caminharmos no desenvolvimento sustentável do mundo.
  • Impulsione o Fair Trade: Ter um comércio justo possibilita a melhoria das relações, ao valorizar todos os integrantes da cadeia produtiva, desde o início até seu final.
  • Busque soluções que tenham um retorno à sociedade: Para além de produtos e serviços, desenvolva atividades que contribuam para o bem-estar socioeconômico das comunidades em que a empresa opera.
  • Garanta a saúde, segurança e bem-estar de seus colaboradores: Através de palestras e ações sobre desenvolvimento profissional, segurança financeira, satisfação, entre outras.
  • Elabore uma Matriz de Materialidade: Com este recurso, é possível representar e hierarquizar os temas de maior relevância para as atividades da empresa, de acordo com a importância dos impactos econômicos, sociais e ambientais para a companhia.
  • Tenha uma ação Conjunta: Todos dentro de uma corporação precisam estar envolvidos nas ações de Meio Ambiente, Governança e Sustentabilidade para se obter resultados eficientes.

 E o que você acha dessas dicas? Quão importante é discutirmos e colocarmos ESG em prática nas empresas?

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